Capitulo 69 - O trabalho ou você?

No outro dia, almoçamos com toda família e curtimos a piscina o dia inteiro. 

Voltamos para casa só no dia 27.

No ano novo, Luan foi convidado para cantar no Rio de Janeiro e claro, que todos nós lhe acompanhamos mais uma vez. Foi tudo lindo, ele foi o primeiro cantor a se apresentar em um festival com mais de dez cantores e na hora dos fogos, vimos agarradinhos naquela praia, enquanto Zeca Pagodinho fazia a contagem regressiva. 

No outro dia, ainda nos arriscamos e fomos para uma praia mais deserta da cidade. Ficamos pouco tempo, mas o suficiente para aproveitarmos bastante.

Luan continuou a fazer seus shows normalmente e só ficaria de férias em fevereiro. Pararia um mês para viajarmos, eu, ele, seu pai, sua mãe, sua irmã e o Rafa.   

Recebi uma proposta para fazer algumas fotos em Miami e aceitei logo de cara. O cachê foi bom e séria fotos coletiva, com várias meninas juntas para uma marca de roupas bem fanmosa em Portugal. Fiquei feliz que já estavam procurando por mim fora do país.

- Então na segunda viajamos! - Larissa concluiu e eu assenti. - Só falta você falar com o Luan. - Fiz careta.

- A pior parte. Ele já não iria mesmo gostar da ideia, ainda mais que vai ser no início da semana, nos dias de folga dele.

- Ele tem que entender, Amanda. Poxa, você entende tanto o dele, atura as fãs...

- Eu gosto delas. Mas ele é assim e se eu quiser ficar com ele, tenho que aceitar esse jeito dele também. Ele acha que é diferente, fica falando que tem o Rafa, enche o meu saco! Ás vezes penso até em largar essa vida de modelo. - Ri.

- De jeito nenhum....Você não vai fazer isso por causa do Luan. Você gosta e leva jeito, cara.

- Pior que eu passei a gostar mesmo disso tudo. Gosto das maquiagens, das roupas, das fotos, de ficar em redes sociais. 

- Sério, conversa com ele, Amanda. 

- Relaxa, Lari! Eu não quero brigar com o Luan, se ele quiser brigar eu vou ignorar. Só quero viver em paz! - Conversei mais algumas horas com a minha amiga, que se despediu de mim, já que iria para mais uma de suas noitadas malucas.

Liguei para o Luan no fim da tarde, que me atendeu logo de primeiro.

- Tudo bem, amor? - Resolvi ver como estava seu humor, antes de contar.

- Estou bem e você? - Ele estava normal.

- Tô bem...Então, tenho uma notícia.

- Lá vem! - Ele disse e eu ri.

- Eu recebi uma proposta de trabalho fora do país e aceitei. - Falei um pouco rápido e ele ficou calado. - O que você acha?

- Você quer mesmo minha opinião? Pensei que ela não valesse, já que resolve tudo sem me comunicar, nem parecemos um casal.

- Não fala assim!

 - Eu falo, porque é verdade, Amanda!

- Mas eu já sei que sua opinião é sempre  a mesma. Poxa, amor. Eu gosto tanto de fotografar, você podia me apoiar.

- Não gostava até alguns meses atrás.

- Mas agora eu gosto, qual o problema? Eu tô prejudicando alguém com isso?

- O nosso relacionamento.

- Sério? Então tá, Luan. Pensa bem aí e depois você me liga. Se você quiser eu abro mão de tudo por causa de você. Eu paro de fotografar. Você quer isso? Se quiser eu paro de fazer uma coisa que eu tanto gosto, que me distrai, que me faz bem por causa do seu ciúmes. Pensa aí e depois me liga. Eu viajo na segunda. Beijo! - Desliguei o celular antes mesmo dele dizer algo.

Mesmo já sabendo sua reação fiquei extremamente chateada. Não custava nada ele aceitar meu trabalho.

Depois daquele dia ele não me ligou mais e nem eu lhe procurei.

Viajei na segunda-feira para Miami com a Larissa, e o Rafa ficou com a babá na casa da avó.

Encontrei com alguns diretores e chefes da marca e almoçamos todos juntos. Depois fui para o hotel descansar e no final da tarde começou as fotos.

Todas as meninas eram super simpáticas e o pessoal da organização também, principalmente a maquiadora e a menina que estava montando nossos looks.

Tiramos uma foto todas juntas e eu já logo postei.

" Adorei conhecer vocês, meninas! Daqui á alguns dias vai sair um catálogo lindo com roupas incríveis.

A loja só tem franquia em Portugal, mas vai dar pra ver pela internet. Eu tô chique, gente! haha"

Depois de tirarmos várias fotos, fomos fazer um lanche, já que a segunda sessão seria no dia seguinte.

Me sentei perto de uma das meninas, que era a  mais sorridente, que tinha tirado a foto do meu lado direito, já que do outro era a maquiadora, e parecia ter gostado de mim.

- As fotos ficaram lindas, não é? - Ela falou. Quase todas eram brasileiras.

- Ficaram sim...Qual seu nome mesmo? 

- Taciane! 

- Taciane, então eu gostei muito e você?

- Amei! Sabe, eu sempre te acompanho. Mesmo com menos tempo que eu de fotografia, eu já sou sua fã.

- Que linda! - Rimos. - Eu sou nova nisso, mas acho que estou pegando o jeito.

- Acha? Você é linda e fotografa bem pra caramba.

- Obrigada mesmo, Taciane!

- Também amo as músicas do Luan. - Sorri, me lembrando que ele ainda não tinha me ligado. - Ele é ciumento?

- Muito! - Rimos.

- Eu imagino....Mas também, quem não seria? O meu namorado é modelo também e eu morro de ciúmes, nem vejo campanha dele com outras modelos. - Ri do jeito extrovertido dela falar.

- Eu confesso que também sou um pouco ciumenta.

- Mas é assim mesmo, isso prova que a pessoa ama de verdade...

- Mas tudo em excesso faz mal.

- É...Isso eu concordo. A gente não briga muito por ciúme, mas eu sinto bastante.

- Já eu e o Luan brigamos bastante por isso. - Falei sem cerimônia.

- Sério? Vocês são um casal tão lindo, que nem parece que brigam.

- A gente briga e muito! Mas a gente se ama! - ri.

- Isso tá na cara. Eu vejo pelas fotos o brilho nos olhos de cada um. E seu filho? Não veio?

- Deixei ele com a avó. 

- Eu também já vi fotos dele, é muito lindo!

- Obrigada! - Ri e voltamos a conversar sobre várias coisas.

Eu tinha gostado bastante dela.

No outro dia, acordamos cedo para tirar mais fotos e depois fomos passear pela cidade. Fui junto com Larissa e Taciane, já conversávamos como se fóssemos amigas de infância.

Fui surpreendia no final da tarde quando o diretor da marca veio me pedir para fazer o ensaio de lingerie sozinha. 

- Eu não sei, gente. Pensei que era só roupa.

- E era! Mas estamos lançando essa nova linha e gostamos tanto das suas fotos, que eu queria que fizesse esse lançamento, só você!Por favor, Amanda! - Ele pediu tanto que eu acabei topando.

Até que não tirei muitas fotos, só algumas que ficaram muito lindas.

Assim que voltei para o meu quarto, tomei um banho e já estava pronta para descansar daquele dia corrido, quando  meu celular tocou.

- Amanda? - Luan falou baixo e eu suspirei.

- Oi, Luan! Tudo bem?

- Estou bem e você?

- Estou bem... Já está em casa?

- Cheguei ontem...O Rafa tá aqui dormindo do meu lado. - Ele riu fraco e eu lhe acompanhei.

- Eu vou volto amanhã.

- Olha...Eu queria te dar aquela resposta que me pediu. - Me calei, já sabia o que viria. - E eu quero...

- Quer? - Sussurrei.

- Quero que continue fazendo o que te faz bem e me desculpe por todas as grosserias. Eu sei que você me entende e eu não te entendo, mas é que eu te amo muito, eu te quero só pra mim e confesso que sou completamente egoísta. Me perdoa, amor. Eu juro que vou tentar melhorar, eu não quero que pare de fazer alguma coisa que goste só pelo meu ciúmes idiota! - Parece que uma pedra saiu do meu coração.

- Tá falando sério?

- Como nunca falei...

- Como chegou a essa conclusão?

- Eu me coloquei no seu lugar. Demorou, mas eu não suportaria se você me pedisse para parar de cantar. Eu te amo ,mas também amo cantar, amo meu mundo. Queria que me desculpasse de verdade por ter feito você passar por isso!

- Tudo bem, amor. Eu fico tão feliz que você me entendeu! 

- Eu te amo demais, minha nega!

- Eu também amo você! - Ri do seu jeito.

- Como foram as fotos?

- Lindas...E algumas acho que você não vai gostar.

- Por quê?

- De lingerie. 

- Fazer o que, não é? Você já tirou fotos do tipo.

- Mas pensa que as mais bonitas que eu já fiz foram exclusivas pra você! 

- (risos) Eu vejo elas todos os dias, sabia? E imagino cada coisa...

- Não quero nem saber o que seja! - Ri. - Ninguém viu?

- Tá louca? Não deixo ninguém ver, não! Agora me passa uma das fotos que tirou hoje.

- Passo, o fotógrafo me passou algumas.

- Fotógrafo, é?

- (risos) Você nunca vai perder essa mania, né?

- Nunca! - Ele riu comigo.

Enviei uma das fotos para ele, que ficou comentando várias coisas, me fazendo ri.

Acabou que conversamos pra caramba e eu já quase dormia com o celular nas mãos, quando finalmente lhe disse que estava morta de cansada e precisava dormir.

Capítulo 68 - Natal Feliz

O mês de dezembro entrou com tudo e junto com ele, mais uma data que eu e Luan esperávamos ansiosos. Natal. Uma data que sempre foi comemorada por mim e meus pais, mesmo sem muita fartura na mesa, era uma tradição que se tornou triste pra mim depois da morte dos dois, que gostavam tanto.
Depois que fui embora do país, o meu primeiro natal longe da minha cidade e do meu país foi sendo mãe, só a um mês. Me deixou ainda mais triste estar longe do amor da minha vida.
Acordamos animados, para irmos para a chácara do Luan. Nos arrumamos e almoçamos, já que tínhamos acordado tarde.
Antes de sair, pedi Luan pra tirar uma foto minha e eu postei demonstrando toda minha felicidade na legenda.

" Como é bom passar essa data tão especial, que é o natal, com as pessoas que mais amamos! Nada paga, não tem preço!"

Postei antes de irmos para o aeroporto e embarcarmos para Londrina.
Fomos os primeiros a chegar na chácara e no final da tarde, o resto da família apereceu.
Ajudei a arrumarem as mesas, os enfeiteis e fui tomar banho quase depois de todo mundo.
Luan já descia as escadas arrumado, com Rafael.
- Deu banho nele? - Perguntei e Luan assentiu.
- Eu tomei sozinho, mamãe! - Meu filho falou orgulhoso, nos fazendo ri.
Tomei meu banho e me arrumei bem rapidinho. Quando me juntei com todos, ainda faltava a Bruna e mais uma prima.
Primeiro fizemos o amigo oculto, que depois de muita insistência de Luan e sua mãe, eu resolvi entrar. Ainda tinha vergonha da sua família.
Foi bem divertido e por ironia, eu tirei a Bruna, na hora de revelar disse que era vaidosa, adorava moda e muito linda. Todo mundo matou e Luan ria muito, deixando todo mundo sem entender.
- Faltou o chata! - Ele disse e ela fez careta, me fazendo ri.
Me abraçou sorrindo e abriu a boca quando viu o óculos lindo e uma pulseira de ouro branco, dentro da caixinha.
- Gostou?
- Amei! - Ela riu e voltou a me abraçar.
Bruna tirou Rafael, que tirou a vovó e foi uma fofura ele tentando revelar quem tinha tirado.
Meu sogro me tirou e Luan, uma priminha de dez anos dele.
Depois de ceiarmos, comer sobremesa, beber e cantar muito, chamei Luan até o quarto.
- O que foi, amor?
- Seu presente! - Lhe entreguei duas caixas.
- Não precisava! - Ele disse, enquanto abria uma.
- Claro que precisava!
- Já vou pegar o seu! - Ele riu. - Que lindo! - Disse assim que viu o relógio.
- Gostou mesmo?
- Amei! Eu amo relógios. - Ele me beijou.
- Calma! Agora abre o outro, que é o melhor! - Gargalhei e Luan me olhou desconfiado.
Assim que viu a capa do álbum levou um susto.
- Que revista é essa?
- Exclusiva sua! - Ele me olhou rapidamente e voltou a olhar o álbum.
Sua reação foi engraçada quando começou a ver as primeiras fotos, que não tinham nada demais.
Mas seu olhar mudou quando foi para as mais sensuais.
- Nossa! - Ele exclamou e virou o álbum, me mostrando a foto, me fazendo ri.
Era uma que eu estava sem sutiã.
- Gostou? - Me aproximei dele, assim que acabou de ver tudo.
- Se eu gostei? - Ficou sério. - Eu amei! - Sussurrou no meu ouvido e mordeu minha orelha, me fazendo morder os lábios. - Mas claro, só pra mim!
- (risos) Bobo!
- Deus me livre você fazer uma coisa dessas pra todo mundo ver...
- Eu não vou fazer. Não gosto, tenho vergonha, mas quis te presentear com algo diferente. Achei que gostaria!
- E acertou! - Ele riu. - O melhor presente de todos! - Selou nossos lábios.
- Que bom!
- Mas quem tirou essas fotos?
- Lari...Só ela que viu. Segredo nosso!
- Ainda bem! - Ri.
- Vou levar comigo sempre e esconder no fundo da minha mala!
- (risos) Amor!
- Sério! Quero pensar em você assim, quando tiver muita saudade!
- Para! - Bati em seu ombro e ele mordeu meu lábio.
Começamos uma beijo intenso, com direito a mão boba, que eu tratei logo de cortar.
- Quero te ver com essa lingerie! - Sussurrou no meu ouvido.
Ele me deu o presente que tinha comprado pra mim e eu abri sorrindo.
Um par de brincos lindos e delicados, de brilhantes. Enchi ele de beijos, em forma de agradecimento, não pelo valor, mas por ele ter lembrado de mim, se importado comigo.
Me fez sorri quando disse que ele mesmo foi comprar com a loja lotada e ele com medo de ser reconhecido.
Continuamos a farra no resto da noite. Bebi pra caramba e dancei como nunca, com as meninas e com o Luan, coisa que eu só fazia bêbada mesmo.
Comecei a ficar com sono e fui procurar o Luan, mas não lhe achei.
- Cadê o Luan, Matheus? - Perguntei seu primo.
- Foi no banheiro! - Assenti pra ele.
Resolvi ir pro quarto sem falar com ele, estava morta de sono.
Comecei a subir as escadas meio tonta e quase cai, quando errei um degrau, mas senti alguém me segurando.
- Opa! - Olhei para trás rindo. - Cuidado, moça! - Um rapaz disse.
- É melhor eu ter mesmo! - Ri. Se eu não me engano, ele era algum amigo dos primos do Luan, tinha ido com eles.
- Tudo bem aqui? - Escutamos a voz do Luan e o menino tirou as mãos da minha cintura, sem graça.
- Acho que sua esposa está meio tonta! - Ele riu sem jeito e terminou de subir as escadas.
- O que você tem, Amanda?
- Nada...
- Bebeu demais! - Ele me segurou e foi me levando pro quarto.
- Tô com sono! - Bocejei.
- Primeiro vai tomar banho!
- Eu não. - Ri.
- Amanda, não bebe mais assim. Você não está acostumada e não deixa mais esses idiotas se aproveitarem do seu estado. - Ele disse enquanto tirava minhas sandálias.
- Quem se aproveitou de mim? - Ri mais e Luan ficou calado.
Me colocou no chuveiro frio, me fazendo engasgar.
Começou a me ensaboar e eu lhe puxei para um beijo, que começou inocente e depois minhas mãos começaram a tocar seu corpo.
- Vem terminar seu banho... - Ele desgrudou nossos lábios, enquanto eu ainda lhe abraçava pelo pescoço.
- Não! - Mordi seu ombro forte!
- Ai, Amanda!
- Para de ser frouxo, Luan! Vem tomar banho comigo.
- Você tá bêbada...
- Só alegre! - Voltei a lhe beijar.
- Tá me molhando todo! - Ele voltou a me afastar e eu bufei, voltando pro meu banho.
Me virei de costas pra ele e comecei a lavar meus cabelos.
Fechei os olhos e senti ele me abraçando por trás, depois de alguns segundos. Ele já estava completamente sem roupa.
Minhas mãos foram para suas partes íntimas e começaram uma massagem ali, enquanto Luan suspirava no meu pescoço e às vezes apertava e mordia meus seios.
Beijei seus lábios e ele me colocou contra a parede gelada do banheiro. Aquela água fria já não estava mais dando vazão pro nosso calor.
Entrelacei minhas pernas em seu quadril e comecei a arranhar suas costas com desejo.
Aquela noite foi diferente, eu fui mais ousada por conta da bebiba e fiz várias coisas diferentes com ele.
Estávamos quase chegando em nosso ápice, quando bateram na porta, nos assustando.
- Luan! - Era Bruna.
- Oi... - Ele fazia força pra falar normalmente, mas não parou o que fazia.
Eu mordia os lábios pra segurar os gemidos.
- A Amanda está bem? Os meninos falaram que ela bebeu demais e ficou tonta na escada.
- Ah...Ela tá melhor. Tô tentando dá um banho frio nela, mas tá difícil! - Segurei o riso.
- Ah ta! - Ele conseguiu convencê-la. - Fala pra cachaceira não beber mais! - Ela saiu rindo.
Voltanos a por atenção no que fazíamos, até ficarmos satisfeitos.
Luan queria voltar pros amigos, mas eu fiz manha até ele mudar de ideia.
Fomos nos deitar bem agarradinhos, com aquele ar condicionado gostoso.
- Não fica mais de papinho com marmanjo te encostando, não! - Ele me fazia cafuné.
- Uhum... - Ri. - Ele só foi gentil! - Fechei os olhos.
- Sei bem!
- Ninguém pode me encostar mais não?
- De jeito nenhum! Só eu, entendeu?
-Sim senhor, meu dono! - Ri fraco e peguei em um sono profundo.
Dormi feito pedra.

Capítulo 67 - Halloween do Rafa

O mês de novembro chegou com muita animação, por parte minha e do Rafa. Ele completaria quatro aninhos de vida e pela primeira vez eu estava empolgada em promover uma grande festa pra ele. 

Nos outros anos, sempre foi tudo muito simples, eu sempre me lembrava do Luan e além da raiva e mágoa que sentia dele, também tinha a culpa por estar privando meu filho da presença de um pai. 

Estávamos andando pelo shopping, quando ele sugeriu o tema da sua festa.

- Mamãe, quero que seja assim a minha festa. - Ele apontou para um cartaz, do cinema e eu olhei.

- De monstros? - Ri. 

- É...De um montão de coisa. Queria que todo mundo se vestisse igual eu, quando ia pedir doce, quando não morávamos aqui.

- Ah...Você quer um halloween só seu, é isso?

- Isso! - Ele falou entusiasmado, me fazendo ri.

- Então tá bom. - Depois daquele dia, começamos a preparar a festa e ir ver a decoração que queríamos.

Luan, quando estava de folga, também fazia questão de ir junto. Sentia que aquilo era importante pra ele.

- Eu estava pensando da gente se vestir em conjunto. A festa tá chegando, tem que alugar as fantasias... - Falei em uma de nossas conversas, enquanto víamos TV.

- Pode ser, amor... 

- Eu quero ser pirata! - Meu filho gritou, me assustando. Ele estava quase dormindo.

- Pirata? - Fiz careta e ele assentiu.

- O que tem? - Luan me olhou.

- Eu queria uma coisa em conjunto, mais bonitinha... Se ele for pirata eu também vou ter que ser e você.

- Eu não me importo!-  Luan riu.

- Claro que não! - Revirei os olhos.- Por que não se veste de príncipe, filho? Eu posso ser a rainha e seu pai o rei. - Sorri, tentando convencê-lo.

- Não! É feio.

- Que feio, o que! É linda  a fantasia! 

- Eu quero ser pirata! - Ele ameaçou um choro.

- Deixa ele, Amanda. Eu também não quero ser rei.

- Vocês dois são uns chatos...Venceram!

- Dois contra um, sempre vence. - Ele riu e beijou meu pescoço.

- Fazer o que, não é?

- Arrumamos uma menina e empatamos o jogo.

- Por enquanto o jogo fica dois a um pra vocês, tá? Vai com calma! - Fiz careta, enquanto ele ria.

No outro dia, fomos até uma loja de fantasias e escolhemos todas. Até que a de pirata que tinha lá não era feia.

Era rosa bebê e bem feminina. A melhor parte era o salto, que acompanhava a fantasia, rosa bem escuro e super alto. Lindo.

A do Luan foi azul e do Rafael verde, eram parecidas mas não iguais.

Acabou que a loja emprestou aquelas fantasias pra gente e não cobrou nada. Claro, tudo por conta de ser o Luan. Saímos rindo do shopping.

- Como é bom ser famoso, não é, senhor Luan? - Ri.

- Besta! - Ele me acompanhou.

- Tudo é de graça....

- De graça nada, eu vou fazer propaganda na internet.

- Nossa! Belo preço que você paga.- Ele me deu um tapa na cabeça de leve, me fazendo empurrá-lo.

No dia da festa do Rafa, fomos para o local cedo e já arrumados, não queria me atrasar nenhum minuto.

Logo os pais e a irmã do Luan chegaram e ficamos rindo de nossas fantasias.

- Só o Rafa pra me fazer por fantasia nessa idade. - Minha sogra riu.

- Que idade? Não tô vendo nenhuma aí! - Riram de mim.

A festa estava linda, toda em azul e verde e com tudo personalizado com o nome do Rafa. Começando pela entrada, que tinha cachos de bola formando a frase "Halloween do Rafa" , deixando ele completamnete encantado.

Os copos tinham seu nome, os potinhos com balinhas, que eram de lembranças e o bolo. Estava tudo lindo.

Os convidados começaram a chegar, depois de algumas horas.

Falei com tanta gente, por tanto tempo, que depois não achava nem o Rafa e nem o pai dele.

Estava conversando com uma mãe de um amiguinho do meu filho, quando vi de longe o Luan conversando com uma mulher loira, com um belo corpo e uma fantasia de chapeuzinho vermelho, bem vulgar, para uma festa de criança.

Não consegui mais prestar a atenção no que ela falava e agradeci, quando seu marido lhe chamou.

- É uma ex peguete dele - Escutei uma voz e me assustei.

- O que? - Olhe para Bruna.

- Essa daí que o Luan está conversando! - ela riu. - Tá encarando demais. - Dei de ombros.- Bonita ela, não?

- Cobra! - Fiz careta pra ela, que riu.

- Só disse a verdade. - Deu de ombros e saiu. - No fundo, depois que fizemos "as pazes", todas as implicâncias, eram da boca pra fora, pura brincadeira. Eu não me importava, nem me irritava mais e ela ria das próprias coisas que falava. Não tínhamos perdido o costume de implicar uma com a outa.

Fui até os dois que conversavam, como uma cara nada boa.

- Vem aqui, por favor? - Falei, segurando o braço do Luan.

- Calma! - ele riu. - Essa aqui é a Laís, e Laís, essa é minha namorada e mãe do Rafa.

- Muito bonita! E seu filho também é uma graça, a festa está linda! - Ela falou sorrindo e eu dei o meu sorriso mais falso.

- Obrigada...Vem aqui, por favor? - Voltei a olhar o Luan, que ficou sem njeito e se despediu da moça.

- O que foi? - Ele me olhou assustado.

- Quem é aquela mulher?

- Era só isso? - ele riu.

- Fala! - Bufei.

- Só uma amiga, Amanda.

- Amiga essa que eu não conheço e nem sabia que viria para festa do meu filho, aliás eu mesma preparei todos os convites, contados e o dela, não constava na lista. - Cruzei os braços.

- Eu convidei ela pro aniversário do nosso filho! - Ele me olhou sério. - Não dei convite.

- A cara de pau ainda veio.

- Mas era pra vir mesmo, se eu convidei...

- Agora é assim? Convidando qualquer ex peguete pra festa do seu filho?

- Ei! Quem te disse isso? Ela é minha amiga de muito tempo! - Revirei os olhos.

- Por que não me pediu um convite pra ela?

- Porque eu esqueci...Meu Deus, Amanda! - Ele passou as mãos nos cabelos.

- Sei...

- Para de desconfiar de mim.

- Você não para de dar motivos.

- Que motivos eu dei? - Ele se alterou mas respirou fundo, voltando a se acalmar. - Eu só estava conversando com ela, como converso com qualquer um que estar aqui.

- Ta bom, Luan! Faz o que você quiser da sua vida , só não coloca meu filho no meio disso. - Sai dali deixando ele sozinho.

O resto da festa eu ignorei o Luan, não queria mesmo ficar perto dele.

Estava na hora de cantar os parabéns, quando fui procurar o Rafa, que se encontrava dentro da piscina de bolinhas, com o pai.

- Vamos, filho!

- Não! - ele dizia rindo e se divertindo.

- Depois você volta! - Ele fingiu que não me ouviu. - Cinco minutos, tá? - Dessa vez ele só assentiu.

Fiquei esperando e olhando para outros lados, evitando olhar pra cara do Luan, quando senti uma bolinha na minha cabeça.

- Entra aí! - Luan ria, enquanto eu lhe olhava indignada.

- Idiota! - Senti outra bolinha e logo depois mais dez, em cima de mim, até me filho ajudava o Luan com aquilo.

Não aguentei e acabei rindo, o fotógrafo se aproximou e pediu que eu entrasse e tirasse uma foto com eles.

Acabei entrando naquela piscina de bolinhas enormes e me divertindo com eles, o que nos rendeu ótimas e lindas fotos.

- Vamos agora, filho! - Luan conseguiu lhe convencer e ele saiu emburrado.

Continuou com a cara feia e os braços cruzados, nos braços do pai, até a vela se acender e todos começarem a bater palmas. Aos poucos um sorriso foi brotando em seus lábios.

Depois de servirem o bolo, fui ajeitar as lembrancinhas, pro Rafa dar pros coleguinhas. Estava distraída quando senti uma respiração quente no meu pescoço.

- Não fica assim... Eu te amo! - Senti um beijo no mesmo, que me arrepiou.

- Você que sempre faz isso.

- Desculpa se fiz alguma coisa que você não gostou, amor... - Me virei pra ele.

- Eu não gostei mesmo de convidar qualquer uma pro aniversário do seu filho.

- Eu juro que ela é muito minha amiga. Já ficamo sim, uma vez, á mais de dez anos atrás, mas não foi nada pra mim.

- E se foi pra ela? 

- Para com isso, marrenta! - Ele riu e beijou meu rosto. - Só você que importa pra mim! - ele selou nossos lábios e eu reprimi um sorriso. - Agora, como sabia que eu já tive alguma coisa com ela?

- Além do meu instinto feminino, que nunca falha? - Cruzei os braços e ele riu. - A sua irmã.

- Bruna? Ah, que safada! 

- Ela me ama... - Revirei os olhos e ele riu.

- Ama sim! Mas nunca vão perder essa manina mesmo, parecem crianças.

- Criança é você! - Empurrei seu ombro de leve e ele riu.

- Eu te amo, tá minha coisa linda? Não fica mais bravinha comigo não, tá? - Ele alisou meu rosto e eu sorri, assentindo.

A festa continuou por muitas horas ainda, e no final, só restou nossa família e alguns amigos bem próximos, que se divertiam, cantavam e bebiam junto com o Luan.

Rafael brincava naqueles brinquedos e só dormiu quando chegamos em casa. Ele estava feliz e consequentemente, nós também.
Chegamos em casa mais de meia noite, coloquei Rafael pra dormir e eu e Luan ficamos vendo um filme até altas horas. Acabou que o Luan dormiu primeiro que eu, que apesar de cansada estava sem sono.
Fui mexer no celular e vi uma foto minha na praia, quando viajamos pra Europa.
Me lembro de ter cortado Bruna, que estava do meu lado, de pura pirraça e tinha apagado a original.
Postei e marquei ela, na parte do corpo dela que restava, rindo. Seria sempre assim mesmo, sempre implicaríamos uma com a outra.

" Saudades, Europa! Quero praia de novo, com a cunhada mais linda , que Luan conseguiu cortar quando tirou a foto! Rsrsrs "

Capítulo 66 - Presente de natal quente

Voltamos da Europa na segunda-feira, almoçamos na casa do Luan e depois fui com o Rafa para a minha. Luan ficaria um pouco mais com os pais.

Dei um banho no meu filho, que pediu pra assistir desenho na minha cama e fui tomar o meu.

Meu celular tocou, assim que saí do banho.

- Oi, Dan.

- Já chegou?

- Já sim.

- Então amanhã me encontra na academia no horário de sempre.

- Credo, nem pergunta como foi a viagem.

- (risos) Como foi?

- Ótima!

- Fez as pazes com o boy?

- Fizemos, graças a Deus!

- Encomendou outro bebê?

- Claro que não! Para de bobeira... - Ri junto com ele.

- Escuta, a Laissa mandou dizer que amanhã você tem um desfile.

- Desfile? Como assim? Eu nunca fiz isso...

- (risos) Calma! É só andar normalmente, você é convidada vip.

- Gente, tô nervosa agora!

- Não fica, Amanda. Relaxa!

- Falar na Larissa, cadê aquela vadia? Só manda recado por você...Eu não falo com ela à uns dez anos.

- Como exagera! Acho que ela tá de rolo.

- Sério? Me trocando por macho!

- (risos) Até eu te trocaria pelo macho dela.

- Me poupe! - Continuei conversando com ele, até Luan chegar no meu quarto.

- Tava falando com o Daniel? - Ele perguntou e eu assenti.

- Tenho novidade!

- Conta...

- Vou fazer um desfile.

- Que desfile?

- Não sei direito, fui convidada. 

- Não vai ser de calcinha e sutiã não, né?

- Não sei! - Ri. 

- Nem brinca...

- Você vai de meu acompanhante! - Chamei ele com o dedo, que se deitou por cima de mim.

- Vou, é? - Assenti. - Que bom, que não vou deixar ninguém chegar perto! - Ri dele.

Nosso filho já dormia, então fomos assistir um filme na sala. Aquele dia foi bem preguiçoso.

No outro dia, me arrumei junto com Luan, para irmos ao evento.
- Vamos? - Lhe chamei assim que acabei de me arrumar.
- Bora! - Estendi minha mão e ele pegou. - Isso é o que eu estou pensando? - Ele olhou minha pulseira e eu sorri.
- Se está pensando que foi a pulseira que me deu de natal, á mais de três anos, acertou!
- Não acredito que ainda guarda!
- Sempre guardei ela comigo e todas as lembranças boas. - Ele me olhou sorrindo.
- E usava?
- Comecei a usar quando saí do Brasil, eu não saia muito lá mesmo, me sentia mais segura. Tinha medo que me roubassem.
- Eu te daria outra...
- Não seria tão especial igual a essa! Ela marcou o nosso começo, a primeira fase do nosso relacionamento.
- Tem razão! - Ele selou nossos lábios. - Se eu pudesse voltar no tempo não seria tão idiota...
- Eu faria tudo de novo! Faz parte da nossa história, do nosso amor. Dar pra escrever um livro. - Ele riu.
- É, acho que tem razão de novo.
- Sempre tenho! - Falei convencida e ele apertou minha cintura. - Fico feliz que tenha reconhecido a pulseira!
- Eu posso me esquecer de muitas coisas, mas nunca esqueci das coisas que são relacionadas à você, ao nosso amor!
- Fofo! - Beijei sua bochecha e ele riu.
Fomos para o local do desfile, onde encontrei Larissa e briguei um pouco com ela, que só ria.

- Desencalhou? - Luan brincava e ela batia nele.

- Tô sozinha por opção!

- Sei...

- Não quero namorar agora não, já me basta a melação de vocês! - Revirei os olhos. - Agora vamos pro camarim, amiga, colocar uma lingerie bem bonita pra desfilar.

- Coitada...Te capo, Larissa! - Rimos do Luan, dei um beijo nele e seguimos até o camarim.

Depois de desfilar por mais de cinco vezes, já estava me sentindo a vontade naquela passarela.

Quando acabou o desfile fui curtir o coquetel com Luan, ou tentar, já que a imprensa queria falar com ele e comigo também. 

- Amanda, tira um foto comigo? - Uma das modelos se aproximou e eu atendi seu pedido sorrindo.

- Claro...

- Tá lembrada de mim? Fizemos um ensaio juntas outro dia.

- Ah, claro! Me lembrei...

- Luan, sou sua fã! Tira uma foto comigo também? - Luan também atendeu seu pedido e depois da foto, ela lhe abraçou.

Começou a puxar assunto com meu namorado e simplesmente esqueceu da minha presença ali. Luan respondia suas perguntas com poucas palavras e às vezes me olhar de relance.

Larissa se aproximou de nós e eu fiz careta pra ela.

- Vamos, gente? - Suspirei aliviada.

- Mas já? - A oferecida, falou.

- Temos que ir! - Quando chegamos no carro, bufei.

- Que garota chata! - Luan disse rindo.

- Oferecida! Uma pi...

- Opa! - Ele ainda ria.

- Que graça!

- Que gracinha é você com ciuminho.

- Me erra! - Cruzei os braços.

- Amanda, posta foto pra divulgar o último ensaio que você fez. Foi pras bancas hoje. - Larissa, que estava conosco, disse. Assenti, mas bufei ainda mais quando vi a foto.

- Não vou dar ibope pra essa exibida! - Ela estava na foto. A mesma menina que tinha acabado de me irritar.

- Ela também é a modelo e vai ter que aparecer, até porque está em todas as fotos. - Revirei os olhos. - Anda, Amanda! Ainda marca ela...Thamiris Cardoso! - Luan só ria e depois de postar a foto, bati nele.

"Ensaio top que foi pras bancas hoje"

Foi só o que eu quis colocar de legenda, fazendo minha amiga ri.

Quando chegamos em casa, tomamos um banho juntos e depois fomos pegar Rafael, que estava nos avós. 

Eu tinha comprado uma árvore de natal e resolvemos montar os três.

- Amor, você vai passar o natal comigo, não é? - Luan perguntou.

- Vou pensar no seu caso! - Ri.

- Ih, coitada! Eu que mando e vocês vão comigo sim!

- Ele acha que manda, Rafa!

- Minha mãe disse que ela que manda, papai. - Rafa riu.

- Ela não manda em nada. - Luan fez careta e eu ri.

No sábado Luan voltou a fazer shows e eu passei o final de semana com Larissa.

- Eu vou dar um presente de natal pro Luan e quero que me ajude. - Falei.

- A escolher?

- Não a fazer! - Ri. 

- Fazer o que?

- Vem, que eu te mostro! - Subimos para o meu quarto e fomos até meu closet.

Aproveitei que Rafa estava passeando com a tia, para colocar meu plano em prática.

Eu tinha visto na internet e quis reproduzir.

- Amanda, o que você vai fazer?

- Comprei uma câmera proficional, no mês passado e resolvi dar uma revista com fotos quentes, de presente pro Luan.

- Tá brincando! - Ri negando.

Comecei a separar as roupas e lingeries, que usaria nas fotos.

O primeiro look foi uma fantasia de mamãe noel sexy, que fez minha amiga ri.

- Para de ri, garota! É pra ser sexy e não engraçado!

- Ele vai achar sexy, mas eu acho engraçado! - Ela deu de ombros e eu revirei os olhos.

Começou a tirar minhas fotos, que foram mais recatadas primeiro. A mais sexy eu estava de pernas cruzadas, na pequena mesa que tinha no meu quarto e com o pompom da touca na boca, que já não estava mais na minha cabeça.

Depois tiramos mais fotos com dois vestidos longos, preto e vermelho. A maioria delas, comigo deitada no tapete felpudo.

Depois vieram as fotos de lingerie, pink e vermelha, que eu tinha comprado especialmente pra isso.

As fotos já estavam bem mais sensuais, até eu resolver fazer um topeless, com Larissa rindo e me chamando de doida.

- Não vai tirar em baixo?

- Isso não! - Ri com ela.

Quando acabamos, nos sentamos no computador e começamos a imprimir aquelas fotos, em um papel próprio pra isso.

- Queria uma revelação mais profissional, mas imagina se eu levo pra revelar e tiram cópias? - Disse.

- Deus me livre! O Luan te mataria. - Ela riu.

- Com certeza...Mas acho que tá ficando bom.

- Estão ótimas!

- Qual vai ser a capa da revista? - Mostrei duas opções à ela.

Uma de lingerie pink, mas que só mostrava da barriga pra cima e outra de vestido vermelho.

- Revista?

- É...Vou fazer uma montagem e colar na capa do álbum. - Ri e peguei o álbum para lhe mostrar.

- Prefiro a de vestido! - Assenti e fiz a montagem.

A capa não tinha nada demais, só uma foto minha de vestido vermelho, olhando para o nada, na capa da "revista" play boy, mas o vestido era bem sexy, com um belo decote.

Depois de arrumar o álbum inteiro, o embrulhei e guardei no meu closet.

- Acha que ele vai gostar? - Perguntei assim que fomos pra sala.

- Vai amar! Homem adora isso e suas fotos ficaram lindas.

- Tomara! Tá com fome?

- Morrendo...Ser fotógrafa não é fácil! - Ri.

- Espera só eu tirar essa maquiagem! 

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Gostaram do presente que ela tá preparando? haha Quem acha que o Luan vai gostar?
Não sei se perceberam, ma eu tô colocando o nome de vocês nos personagens que estão
passando pela fanfic. Eu pego os nomes das pessoas que mais interagem comigo, seja nos comentários daqui, do grupo, quem me chama no face pra falar alguma coisa. Eu conto tudo rsrs
Então quem não comenta, apareceeee, quem sabe eu não coloco seu nome pra ser uma menina que a Amanda vai sentir ciúmes, ou brigar por assediar o Luan! hahah
Ou então coloca seu nome e ainda dê uma sugestão de quem você vai querer ser.
Tô colocando primeiro nomes que não aparecem muito em fanfics. Espero que gostem!
Beijoos! 

Capítulo 65 - Paz

Acordei com Luan tirando minhas sandálias. 

- Tentei tirar sem te acordar, mas tá complicado aqui. - Ele riu fraco e eu sorri.

- Tudo bem! Eu peguei no sono aqui, enquanto estava no instagram.

- Eu percebi! - Ele se sentou ao meu lado.

- Vai tomar banho?

- Vou sim! - Levantei.

Depois de tomar um banho super rápido, voltei pra cama já de camisola.

- Amor, me desculpa pela minha infantilidade ontem? - Ele disse, assim que me deitei ao seu lado.

- Eu fiquei chateada...

- Eu sei e me arrependo! Eu só queria te provocar pela história do Kauê. - Ele fez careta.

- Eu ainda tenho um pé atrás com ele, não quero ele por perto, mas tinha que fazer isso.

- Eu já entendi! Ele já foi embora...Me desculpa! Ele não merece nossa briga!

- Não mesmo, amor! - Sorri, enquanto passava a mão por seu rosto.

- Me desculpou?

- Ainda tem dúvidas? Eu não vivo sem você! - Ele riu e me puxou para um beijo.

- Eu que não vivo sem você, minha princesa!

- Minha princesa? - Ri.

- É sim! Só minha!

- Só sua... - Falei.

- Agora pra selar a paz. - Ele me puxou para outro beijo, dessa vez mais intenso.

Uma de suas mãos foi para a minha bunda e a outra puxava meus cabelos da nuca, até descer para a minha barriga e entrar de baixo da minha camisola, chegando até meus seios. Parei o beijo rindo.

- Muito esperto esse seu acordo de paz! - Ele também riu e começou a beijar meu pescoço, enquanto continuava com as mãos bobas. - Amor, vamos dormir.

- Ah não! - Ele resmungou e eu voltei a ri.

- Não vou poder fazer nada.

- Por que?

- Tô naqueles dias... - Luan parou o beijo que dava no meu pescoço, frustrado.

- Sério? - Assenti e ele se deitou do meu lado fazendo careta.

- Outro dia te recompenso! - Falei em seu ouvido e ele riu me abraçando.

- Então tá de tpm mesmo? Sabia!

- Para! - Bati em seu ombro enquanto ele gargalhava. - Vai acordar o Rafa.

- Aquele lá dorme que nem pedra, igual você! 

- Olha quem fala! - Revirei os olhos.

Passamos mais três dias naquele lugar lindo e voltamos para Portugal no sábado. Luan passou o dia dando entrevistas e falando de sua turnê, enquanto eu e Rafael passeávamos, já que preferimos não ir com ele para irmos ao show de noite. 

Voltamos de um dia de compras, no final da tarde, quando Rafael me cutucou e apontou para um lugar. Estávamos na recepção do hotel.

Tirei meus óculos escuros e vi Bruna sentada em uma cadeira mais escondida e chorando.

Fui com ele até lá e ela ainda não tinha me visto.

- O que aconteceu, Bruna? - Pareceu se assustar e tentou limpar os olhos.

- Nada... - Falou com dificuldade.

- Como nada? Você está chorando...

- Não estou! E você não mandou eu ir cuidar da minha vida? Vai cuidar da sua agora!

- Eu só quero te ajudar!

- Pensei que não gostasse de mim. - Ela sorriu irônica e eu suspirei.

- A gente não se dá bem, mas eu não quero seu mal. Está aqui sozinha chorando, por que?

- Estou sozinha porque meu irmão não está, nem o Rober e ninguém da produção. Não gosto de você, então não tinha com quem eu ficar, né.

- Abaixa a guarda, credo! Quero te ajudar de verdade, mas já que você só consegue ser grossa...Vamos então, Rafa! - Dei um passo em direção ao elevador quando ela me chamou.

- Espera, Amanda! Me desculpa! Eu sei que só quer ajudar e eu preciso desabafar mesmo.

- Então vamos lá pro quarto,  que a gente conversa enquanto o Rafa brinca. - Ela assentiu e eu estendi minha mão para que pegasse, ela pegou e se levantou.

Dei um brinquedo para o Rafa brincar e nos sentamos na cama.

- Eu estava quase namorando um cara... - Ela fez careta. - Na verdade, iríamos assumir quando eu voltasse de viagem.

- Sério? E não vão mais?

- Ele me ligou mais cedo e terminou tudo, disse que está com outra.

- Jura? Nessas palavras?

- Nessas palavras! - Ela suspirou, querendo chorar.

- Nem sei o que te dizer. Eu sei o que é sofrer por amor, porque pelo visto gostava dele.

- Eu amo ele! Nos conhecemos no ano passado no nordeste.

- Ele é de lá? Longe!

- É sim...É bem longe e eu também estava com medo da distância mas tentaria por ele.

- A única coisa que posso te dizer é que se for pra ser, vai ser. Que se seu destino for do lado dele, vocês vão voltar, se não, você vai achar um muito melhor! - Ela riu. - Experiência própria!

- Amanda...Eu sinto muito pelo começo do seu relacionamento com o meu irmão. Eu te confesso que fui contra.

- E não é mais? - Brinquei.

- Não! Eu sempre brigo com você, faço questão de mostrar que não vou com a sua cara, mas tá na cara que você faz ele muito feliz, até quem não convivi percebe.

- Fico feliz em saber disso...Eu nunca quis ser sua inimiga! - Ri fraco.

- Já eu, sempre quis! - Rimos. - Acho que no fundo é ciúmes.

- Eu tenho certeza!

- Me desculpa? - Ela me olhou sincera.

- Desculpo...- Nos abraçamos e rimos em seguida. - Nessa você me pegou de surpresa.

- Eu sei que fui muito infantil! Eu te admiro demais. Sempre ouvi tudo que o Luan fala sobre você.

- Ele fala sobre mim, é?

- Vinte e quatro horas por dia! - Ri.

- Eu amo seu irmão de todo meu coração!

- Ele também te ama como nunca amou ninguém! - Sorri.

Nos abraçamos de novo e pedimos um lanche. Eu estava inacreditada daquela situação.

Eu nunca me imaginei conversando e comendo normalmente com a irmã do Luan e pelo visto, ela também pensava o mesmo, mas até que estávamos nos dando bem. Já era um ótimo passo para um começo, já que quando nos encontramos pela primeira vez já foi conturbado.

Ela foi se arrumar para o show e eu fui dar um banho no Rafa e logo depois tomei o meu também, enquanto ele brincava na cama.

Luan chegou quando eu estava saindo do banheiro. Beijou o Rafa e me deu um selinho rápido.

- Tô morrendo de pressa! - Ele dizia enquanto corria para o banheiro e eu e o nosso filho ríamos.

Me arrumei e ainda esperei o Luan por mais de meia hora. Deu tempo de tirar foto, editar com calma, postar e ler muitos comentários.

" Quem vai vir pro show hoje aqui no Porto? Vai ser lindo! "

- Que isso? - Levei um susto com Luan e olhei para onde ele apontava.

- Minha roupa pro show! - Ri.

- Isso é blusa?

- Não, um sutiã! - Disse.

- Parece mesmo! - Revirei os olhos.

Luan se arrumou enquanto eu lhe apressava e quando estávamos saindo do quarto, demos de cara com o Rober.

- Atrasado meia hora. - Ele disse olhando no relógio.

- Novidade! - Falei e eles riram.

- Que isso, muié! - Luan me abraçou pela cintura.

- Me esperem! - Ouvimos Bruna gritar e seguramos o elevador. - Já iam me esquecer! - Rimos.

- Eu ia mesmo! - Luan falou e mordeu minha bochecha, me fazendo dar um tapa nele.

- Amanda, você tem um batom aí? Saí correndo quando escutei a voz do Luan.

- Tenho sim! - Tirei dois batons da bolsa e ela escolheu o que queria.

- O que eu perdi? - Luan nos olhou e nós rimos.

- O que tudo mundo perdeu! Essa é a pergunta. - Rober disse.

- Essas muié são doidas!

- Doido é você! - Bati em um braço dele e Bruna no outro.

- Agora se juntaram contra mim?

- Sim! - Respondemos juntas e eles riram.

- Você tá ferrado, Luan.

- Agora que você percebeu isso, boi? 

Chegamos no local do show, que era bem perto do hotel. Luan atendeu muita imprensa e fãs no camarim, enquanto eu e Bruna tirávamos fotos e Rafael comia.

Assistimos o show do lado do palco e depois de uma hora voltamos para o hotel.

- Agora me diz o que aconteceu com você e a Bruna! - Luan perguntou assim que chegamos no nosso quarto de hotel.

- A gente se acertou um pouco! - Sorri. - Ela estava com uns problemas e eu só ajudei, conversamos e enfim...

- Que problemas? - Ele me olhou preocupado.

- Não... Coisa de mulher! Não se preocupa, amor! - Lhe abracei pelo pescoço e beijei seus lábios.

- Tem certeza?

- Claro que sim! Irmão protetor! - Ri e ele fez careta.

- Fico feliz demais que estejam começando a se entender.

- Ela é gente boa!

- É sim...Vocês duas se paressem e vão se tornar muito amigas! - Ele cheirou meu pescoço, me causando arrepios.

- Te amo, meu chato!

- Ih, voltou a me xingar! - Ri dele.

- Bobo!

Capítulo 64 - Bruna x Amanda

Assim que voltamos da rádio com Luan, resolvemos ir a praia. Eu, ele, Rafa, Bruna e o Rober.

Fomos nos trocar e nos encontramos na recepção do hotel. Só atravessamos a rua e já chegamos na linda e agitada praia da Falésia, em Albufeira-Portugal. 

- Tá muito agitado isso aqui e o Luan tá sem segurança. - Falei, enquanto procurávamos um lugar para ficar. 

- Acho que dar pra ficar de boa, Amanda. - Rober me respondeu.

- Não estamos no Brasil... - Luan riu e eu fiz careta pra ele.

Estávamos de mãos dadas, ele conversava comigo, mas continuava seco, o que estava me irritando.

Nos sentamos em baixo de um guarda sol e o Rober foi pedir comida e bebida no quiosque.

- Achei aqui muito diferente das praias do Brasil. - Comentei, olhando em volta e ele concordou.

Ficamos ali o dia inteiro. Rafael adorou e como eu, não queria sair da água.

Luan tentava me provocar olhando todas as mulheres que passavam e pra supresa dele mesmo, foi muito acediado. Toda hora aparecia uma pessoa para tietá-lo.

No começo não me importei com as provocações dele, mas no fim da tarde já estava começando a me estressar. 

Saí da água com Rafael quando vi ele tirando foto com mais uma mulher, até aí eu não ligava. Mas fechei a cara quando ela pediu "ajuda" para ele com o protetor solar, antes de sair. E é claro que ele ajudou.

Me sentei ao seu lado calada, enquanto Rafa voltou a tentar construir seu castelo de areia.

- Amor, pega lá mais um drink pra mim? - Ele me chamou e eu enfim lhe olhei.

- Pensei que estivesse bravo comigo. - Sorri irônica. - Agora é amor, na hora de passar a tarde inteira dando moral pra todas que vinham aqui, você deu. - Me levantei, fui até o quiosque, comprei uma água de coco pra mim e fiz questão de não levar o que tinha me pedido.

Assim que cheguei ele me olhou e fez careta. Fingi não ver.

- Eita, que o clima tá tenso! - Rober fez graça rindo e eu nem me importei.

- Muié é um bixo complicado, não é, cara? - Luan riu e eu continuei quieta.
- Nem todas! - A voz nojenta da sua irmã soou em meus ouvidos.

Quando estávamos indo embora, Luan mexia no celular e sem querer esbarrou em uma mulher.

Era brasileita, bem bonita, que deu em cima dele na minha cara e o idiota fez questão de pagar outra bebida pra ela, já que tinha derramado tudo.

Depois de esperar aquela palhaçada toda, enfim voltamos a andar em direção ao hotel. Estávamos bem pro final da praia.

- Imbecil! - Falei assim que ele voltou e ele me olhou assustado.

- Só quis ser gentil...

- Quando eu for gentil com outros homens, não reclama! - Disse visivelmente irritada.

- Você não cuida do que é seu, isso que dá! - Bruna falou e eu olhei pra ela indiganada. - Nem um favor faz pra ele...

- Quem te pediu opinião? - Falei na lata e todo mundo me olhou.

- Ninguém, mas estou dando. Se não quer escutar, vai brigar no quarto e não em público.- Ela me respondeu afiada.

- E você vai cuidar da sua vida. Eu brigo aonde eu quiser!

- Coisa de gente baixa...

- Baixa é você! Mimada!

- Vão continuar até quando? Por favor! - Luan se meteu.

- Até quando eu quiser, não se mete! - Falei.

- Tá de tpm, Amanda? - Ele me olhou.

- Com certeza! - Bruna resmungou rindo.

- É da conta de algum de vocês? - Perguntei e ninguém respondeu.

- Meu Deus! - Luan só exclamou.

- Até porque não tenho motivos pra estar assim, não é, Luan? Já que ninguém passou a tarde tentando me tirar do sério e quando consegue, reclama! - Ri.

- Não passei nada... - Ele resmungou. - Você que é briguenta.

- Então cala essa boca e me deixa.

- Sem educação! - Sua irmã voltou a falar.

- Olha aqui garota...

- Bruna, para você também! - Luan olhou pra ela. - E chega, Amanda!

- Sua irmã é uma ridícula, igual a você!

- E você não é não, Amanda? - Ela voltou a falar e riu.

- Desisto! - Luan pegou na mão do meu filho e nos apressou a chegar no hotel.

- Cara, você tá ferrado! - Rober riu.

- E eu não sei, boi? 

- Por que elas brigam, papai? - Ouvi Rafael perguntar.

- Porque são duas crianças mimadas! - Luan nos olhou e eu revirei os olhos.

Fomos dormir os dois calados naquele dia. Eu realmente estava na tpm e ele pareceu perceber. Mas também ficaria chateada pelas provocações sem cabimento dele. Depois eu que era uma criança mimada.

No outro dia acordei cedo com Luan me chamando.

- O que foi?

- Levanta e arruma suas coisas.

- Vamos embora?

- Vamos pra outro lugar. Teve um acidente com os equipamentos e os shows começam só no sábado.

- Sério? Pra onde vamos?

- Califórnia! Meu sonho conhecer lá! - Assenti e me levantei.

Fomos para Califórnia naquela manhã, mais especificamente, Beverly Hills.  

Fiquei encantada com aquele lugar, cidade de filme, de cinema.

Passeamos aquela tarde inteira e provamos muitas coisas gostosas.

- Tá gostando? - Luan me perguntou.

- Amando! - Sorri.

- Me desculpa por ontem...

- Depois conversamos sobre isso, pode ser? - Falei baixo e ele assentiu, passando seus braços por meus ombros.

- Eu te amo, minha marrenta! - Sussurrou só pra eu ouvir e beijou meu rosto, me fazendo reprimir um sorriso. Era tão fácil dele me convencer de alguma coisa.

Eu nunca imaginei que um dia alguém teria um domínio tão forte sobre mim. Na verdade, acho que eu nunca imaginei que teria um amor tão forte assim. 

Depois de voltarmos para o hotel e jantarmos todos juntos, nós subimos para o quarto.

Luan foi tomar seu banho e eu me joguei na cama, morta de cansada de tanto andar. 

Peguei meu celular e postei uma das fotos, que Rober tinha tirado minha.

" Beverly Hills, eu já te amo! Adorei ter um fotógrafo particular. Hahaha"

Pela primeira vez parei um pouco para ler os comentários e principalmente das fãs do Luan, com bastante calma. Às vezes eu só lia por cima.

Acho que li mais de duzentos, já que peguei no sono com o celular na mão e nem senti.

Capítulo 63 - Desentendimentos

- Amor! Senta que eu vou te explicar.

- Me explica, então! - Ele se sentou no sofá, bem sério.

- A mãe dele veio até aqui, na verdade, ela vai dormir aqui hoje. Está no quarto. Ela veio me pedir como uma mãe desesperada, amor. Eu não posso negar isso nem por ela e nem pelo pai do

Kauê. Antes eu não entendia, mas hoje eu tenho o Rafa e entendo. Por mais burradas que ele fizer quando crescer, eu sempre vou estar do lado dele.

- Mas o Kauê não faz burradas, ele comete crimes! - Ele bufou.

- Eu sei... - Sussurrei.

- Foi preso por quê?

- Tráfico e roubos.

- Olha aí....

- Amor, não vamos brigar por isso, vai! - Coloquei minha mão na dele, que tirou e se levantou passando as mãos pelos cabelos.

- Não tem como, Amanda! Você vai soltar um cara que quase me matou...

- Mas não matou e além do mais, você disse pra esquecermos isso.

- Porque eu não queria problemas com a polícia, caramba! Por isso deixei passar. Mas se ele foi preso agora, ótimo!

- Amor, por favor...

- Por favor digo eu, Amanda! Isso mostra o quanto se importa comigo. - Me levantei.

- Não fala besteira, Luan! Você e o Rafa são as pessoas que mais amo nessa vida. Mas eu gosto da tia Mariana, ela já fez muito por mim e pelos meus pais. Ela já me levou pra comer na casa dela quando na minha não tinha o suficiente pra todo mundo. Me entende! - Eu já segurava pra não chorar.

- E se eu tivesse morrido? - Ele falou baixo.

- Não fala isso...

- Se ele tivesse conseguido me matar, Amanda?

- Pode ter certeza que eu também não estaria viva. - Sussurrei e ele se calou. Suspirei.

Ouvi passos, depois de alguns segundos e vi tia Mariana descendo as escadas com Rafael.

- Encontrei esse mocinho no corredor! - Ela riu e eu lhe acompanhei, tentando disfarçar minha tenção.

- Papai! - Rafael correu para os braços do pai, que o pegou no colo.

- Então pelo visto já conheceu ele... - Falei.

- Já conversamos até. - Rimos. - Uma criança linda, esperta e educada. Soube criar ele muito bem.

- Ah, acho que ele já nasceu assim! Esse aqui é o Luan, o pai do Rafa. Já estava me esquecendo.- Luan estendeu a mão para ela sorrindo. Pelo menos mal educado ele não era.

- Prazer, Luan. Mariana! Você também é muito bonito! - Ele riu.

- São os olhos da senhora...

- Pai eu tirei fotos com umas meninas! - Luan me olhou confuso.

- Suas fãs nos pararam no shopping.

- Nossa, sério, cara? Que massa! Depois me conta tudo direitinho. Vou levar ele lá em casa, Amanda!- Ele me olhou e eu assenti.

- Voltem pro almoço. - Ele também assentiu, antes de sair.

- É impressão minha, ou vocês estavam brigando?

- Não...É impressão!

- Se for por você me ajudar, me desculpe por isso, filha!

- Não precisa se desculpar. Ele ficou meio assim, mas eu já expliquei tudo. - Sorri tentando lhe passar confiança.

Almoçamos todos juntos, mas com o Luan um pouco calado. No outro dia, levei tia Mariana até o aeroporto. O advogado me ligou e disse que Kauê sairia na quinta, no dia que Luan voltaria a vijar. Agradeci mentalmente. Ainda não estávamos nos falando direito, ele só ia buscar o Rafa na minha casa e às vezes almoçava lá. Até nosso filho percebeu a distância entre nós.

Na hora do almoço, daquela quinta-feira, meu advogado chegou com o Kauê. A pedido meu mesmo.

- Obrigado por isso, Amanda! - Ele mal conseguia me encarar.

- Não quero que me agradeça. Quero que mude!

- Olha, eu te prometo isso! Eu vou mudar...

- Já é um ótimo passo. Já está passando da idade de tomar vergonha, Kauê.

- Eu juro que vou mudar, eu aprendi a lição passando mais de um mês naquele inferno.

Quando minha mãe disse que viria te procurar, achei que nem iria dar ouvidos a ela.

- Eu nunca faria isso e agradeça a ela! Foi por ela que te tirei de lá. - Ele encarou o chão.

- Me desculpa por tudo! Pelas coisas horríveis que já fiz pra você e com seu namorado.

- Vamos esquecer o passado! 

- Pensei que nunca mais te veria!

- Eu também pensei...Olha, se você quiser mudar de verdade, eu pago uma clínica pra você lá.

- Jura? Eu vou adorar!

- Mas tem que ficar lá o tempo que o médico pedir.

- Eu juro que vou ficar, que vou dar o melhor de mim! - Ele sorriu e me abraçou. Mas eu me afastei rapidamente, lhe deixando sem jeito.

- Ótimo! Minha assessora vai lá essa semana acertar isso tudo e passar na sua casa. Agora pode ir, seu voo tá marcado pra daqui quarenta minutos e tem trânsito.

- Obrigado de novo!

- Você leva ele no aeroporto, por favor, Carlos? - Pedi ao meu advogado.

- Claro! - Ele saiu, me deixando mais aliviada.

Sim, aliviada. Aliviada por perdoar, por não sentir mais nenhuma mágoa ou qualquer sentimento ruim desses. Além do mais, me pareceu bem sincera suas palavras. Só torcia pra que ele mudasse de verdade.

Luan chegou na sexta e foi na minha casa no final da tarde.

- Tenho um convite pra vocês. - Ele disse.

Ainda não tinha superado nossa briguinha.

- Qual?

- Eu vou fazer uma turnê pela Europa. Quero que vão!

- Quando?

- Na segunda embarcamos.

- Mas tem a empre... - Parei de falar quando vi sua cara. Não queria mais brigas. - Tudo bem! A gente vai! 

- Eu também? - Rafa perguntou e eu assenti, fazendo ele comemorar. Rimos.

- Já vai? - Disse assim que Luan se levantou. 

- Vou...

- Fica! Luan por favor, vamos fazer as pazes?

- Não, Amanda! Não vamos, enquanto você não me colocar como prioridade também na sua vida. Poxa, você é na minha. Eu te amo! Tudo que me pedir eu faço!

- (risos) Para com isso, Luan! Você é sim prioridade pra mim, eu também te amo demais. Eu já te expliquei tudo. Pra quê isso? É ciúmes?

- É claro que não... - Ele bufou desviando seu olhar do meu. - Tchau, Amanda! - Ele se despediu, levando o Rafa com ele. Suspirei e ri em seguida. Chegava a ser cômico.

Na segunda embarcamos para Europa, confesso que estava bem mais animada. Luan ainda me ignorava, me deixando irritada.

Assim que chegamos já fomos passear e além de aguentar um Luan chato, também tinha a metida da irmã dele que tinha ido junto conosco.

Luan foi entrevistado, assim que chegamos no hotel, por uma repórter com um belo corpo e mais uma mulher atirada, também tinha ido junto com a equipe.

Ele foi mais que simpático, apresentou o Rafa e no final tirou uma foto bem colado, com cada uma. É eu teria que aguentar aquilo e ainda mais quando ele estivesse bravo comigo. Claro que me provocaria. Revirei os olhos com meus pensamentos.

Quando chegamos no nosso quarto, pedimos uma comida e enquanto esperávamos, Luan foi jogar video game com o filho, já que tinha levado. Na verdade, ele tentava porque Rafael não sabia jogar nada e apertava tudo de uma vez, me fazendo ri.

- Vamos sair de noite?

- Não. Amanhã a gente acorda cedo. Tenho uma coletiva.

- A gente? Você, né? Eu vou pra praia com o Rafa.

- Vai? - Ele se virou para me olhar, já que estava deitada na cama e eles no chão, encostados na mesma. 

- Claro! Ver os gatinhos! - Ele não me respondeu e se virou. Prendi o riso. - Ué, você não pode abraçar aquelas gostosonas?

- Eu falei alguma coisa? - Ele nem me olhou.

- Ui, cavalo!

- E eu tratei elas, como trato qualquer fã.

- Fã! - Gargalhei e ele me olhou feio.

No outro dia, acordamos bem cedo mesmo. Luan foi para o banheiro e eu fui escolher minha roupa. Quando me trocasse, acordaria o Rafa.

- Vai pra praia já? - Luan saiu do banheiro, enrolado em uma toalha e secando o cabelo com outra.

- Você sabe que eu vou com você! - Ri baixinho.

- Pensei que iria ver os gatinhos. - Ele fez cara de nojo.

- Outro dia! - Ele foi pegar sua roupa e antes de vesti-la, o abracei por trás. - Para de bobeira! Eu te amo, seu chato!

- Sou chato, né?

- Uma criança mimada! - Ri e mordi suas costas.

- Para, Amanda! - Ele resmungou, tentando se soltar de mim.

- Não! Seu ciumento chato!

- Acabou os elogios? - Ele se virou para mim.

- E lindo, cheiroso, gostoso e meu! - Vi ele reprimir um sorriso e fui lhe beijar, mas Luan desviou.

- Deixa eu me trocar!

- Esqueci de cabeça dura e orgulhoso! - Bufei. 

Capítulo 62 - Você vai ajudar aquele idiota?

Luan voltou a fazer seus shows novamente e a minha casa ficou mais vazia sem eles e suas gracinhas.

Passei a semana inteira trabalhando na empresa e no sábado, fui ao shopping com o Rafa, que queria sair para algum lugar. Fomos só eu e ele.

Comprei algumas coisas pra mim e no final, fomos até uma loja de brinquedos enorme que tinha ali, já que Rafael estava impaciente com minha demora. Ele se encantou com a loja e pegou com dez brinquedos, que depois de muita conversa convenci ele a levar só três.

- Gostou, filho?

- Gostei, mamãe. Quando o papai chegar vou pedir pra me dar os outros.

- Rafael! - Ele riu com as mãos na boca. - Tá com fome?

- Muita!

- Gordinho! - Apertei sua barriga e ele riu sentindo cócegas.

Fomos até um restaurante do shopping e fizemos nosso pedido. Era tipo uma mini churrascaria ali.

- Mamãe, meu sorvete depois!

- Eu não esqueci, seu guloso! 

- Eu puxei meu pai... - Ri.

- Puxou mesmo!

- A vovó disse que ele come muito!

- (risos) Quando ele chegar diz isso pra ele! - Neguei. Como meu filho era esperto.

Depois de almoçarmos e comprarmos o bendito sorvete, fomos para o estacionamento.

Já passava das cinco da tarde e eu me assustei, tínhamos chegado ali meio dia.

- Amanda? - Ouvi uma voz me chamar e me virei.

- Oi?

- É...A gente queria uma foto com você e com Rafa. Pode ser?

- Ah...Claro! - Não sabia o que dizer direito. 

Eram três meninas, que se posicionaram do nosso lado e bateram a foto.

- Muito obrigada! Você é mais linda pessoalmente! - A morena, que ainda não tinha dito nada, falou.

- Que isso! Obrigada vocês!

- O Rafa é a cara do Luan... - A outra morena também disse e eu ri.

- A gente tava morrendo de vergonha e medo de ganhar um fora! - A loirinha que tinha me chamado, disse.

- Não, de jeito nenhum eu daria um fora em vocês. - Sorri mais solta. - E não se preocupem com a vergonha, que eu também estou um pouco envergonhada. - Rimos.

- É que você parece ser tão séria...

- Sério? Eu não sou nenhum pouco!

- E o Luan? Quando volta?

- Na segunda!

- Deve morrer de saudades!

- Um pouco! - Sorri tímida.

- E você, Rafa? Sente saudades do papai? - Meu filho assentiu. - Você é muito lindo!

- Agradece, filho! O gato comeu sua língua? - Ele riu negando. 

- Obrigado! - As meninas morreram de amores e foram apertar meu filho.

Me pediram para seguir elas no insta e eu fiz isso ali na hora mesmo. 

- Eu tenho um fc pro casal, que tá meio parado, mas agora vai voltar com tudo depois do seu follow! - Ela riu.

- Sério? Eu não imaginava! 

- Lumanda! - Ri das loucuras delas.

- Qual seu nome mesmo?

- Luísa! - Conversei mais um tempo com as meninas e enfim fui embora. Eram elas melhores do que eu pensei. Ri dos meus pensamentos. 

Passamos o domingo com a família do Luan. Almoçamos com eles e só voltamos pra casa á noite. Eu amava aquele clima de "paz"

Acordei na segunda-feira, com o meu interfone tocando. Depois de alguns segundos consegui me levantar da cama. Não iria trabalhar porque Luan estava pra chegar, então toda segunda eu passei a não ir pra empresa.

- Dona Amanda, tem uma senhora aqui querendo entrar. - Era da portaria do condomínio.

- Senhora? - Falei ainda com sono.

- É, disse que se chama Mariana...E que é muito importante! 

- Mariana? - Tentei lembrar.

- Sou eu, Amanda! Mãe do Kauê! - Levei um susto. Eu reconheceria aquela voz de longe.

- Tia Mariana? Pode deixar ela entrar, seu José! E guia ela até minha casa por favor?

- Tudo bem! - Desliguei rápido e fui correndo trocar de roupa. 

Por que a tia Mariana estaria me procurando depois de tanto tempo?

Estava curiosa pra saber o que ela queria, me parecia realmente importante.

Assim que desci até a sala, já trocada, ouvi a campainha.

- Tia Mariana, quanto tempo! - Abracei ela.

- Muito tempo! Como você está mais linda! - Ela me olhou e eu sorri.

- Já a senhora, parece que o tempo não passou! Senta aqui! - Nos sentamos no sofá.

- Bondade sua, querida! - Ela sorriu.- Muito bonita a sua casa!

- Obrigada...

- Pensei que nunca mais te veria! Te vi agora em uma capa de revista.

- Pelo visto todo mundo está me vendo pelas capas de revista. - Ri.

- Você merece isso tudo! Eu sabia que um dia Deus te recompensaria, minha filha. Quero conhecer seu filho!

- Daqui a pouco ele acorda e a senhora vai conhecer ele.

- Kauê me disse, assim que foi pro Rio atrás de você, que estava tendo um caso com um cantor famoso. Fiquei preocupada!

- Kauê deve ter aumentado muita coisa pra senhora, tia. Eu me separei do Luan, mas agora estamos felizes juntos.

- Que bom! Você merece alguém que te faça feliz também. Eu me preocupo com você, sua mãe era minha melhor amiga. Não sabe como eu andei preocupada quando Kauê disse que tinha sumido.

- Eu sei disso, tia! A senhora também é como uma mãe pra mim! Está precisando de alguma coisa?

- Na verdade, estou sim, minha querida.

- O que? Pode falar!

- O Kauê foi preso. - Suspirei.

- Quando isso aconteceu?

- Mês passado. Eu e o pai dele estamos desesperados. Até eu te ver na revista, comprei ela e dizia seu bairro. Custei, mas te achei. Olha, filha, eu sei que ele aprontou muito com você, ele mesmo me contou esses dias quando fui visitá-lo e disse que viria te pedir ajuda porque o advogado público não está resolvendo nada.

Mas eu te peço que me ajude, agora você também é mãe e deve saber o que estou sentindo!

- Eu entendo, tia. Eu faria tudo pelo Rafa também. 

- Desculpa ele, querida?

- Eu já desculpei! Ele já atrapalhou bastante minha vida mesmo, já fez o Luan sofrer um acidente por puro ciúmes, mas eu desculpo. Não é legal ficar vivendo de rancor! E pela senhora e o tio Paulo, que sempre foram como pais pra mim. - Ela sorriu pra mim e me abraçou.

- Então você vai me ajudar a tirar meu filho de lá?

- Vou...Eu vou sim! - Sorri.

- Muito obrigada! Você sabe que se tivesse condições de pagar um bom advogado não viria te atormentar.

- A senhora não me atormenta de jeito nenhum! Hoje mesmo eu vou falar com o advogado dá empresa. É um dos melhores de São Paulo.

- Obrigada de novo!

- Mas a senhora veio sozinha pra cá?

- Vim sim! Foi longa a viagem mas cheguei. - Ela riu.

- Veio de ônibus? - Ela assentiu. - E o tio Paulo?

- Teve que ficar pra trabalhar, ele não queria que eu viesse sozinha mas eu tive que vir. Não durmo a um mês pensando no que meu filho anda passando dentro daquele lugar.

- Eu entendo...Mas porque ele foi preso?

- Por roubo e tráfico de drogas.

- Meu Deus! Eu não sabia que ele se envolvia com isso!

- Nem eu. Ele roubava pra comprar drogas e também revendia. Já estavam de olho nele a muito tempo. Meu medo era ele ser morto por bandidos mesmo!

- Isso é muito sério!

- É sim, mas eu já disse pra ele que se ele for solto e voltar pra essa vida pode esquecer dos pais. O Paulo está possesso com ele.

- Tia, se ele quiser, quando sair, eu arrumo uma clínica pra ele sair das drogas.

- Você faria mais isso por nós?

- Claro que sim!

- Você não existe, Amanda! Achei que nem iria querer me receber, que tinha mudado agora que está rica.

- De jeito nenhum! Eu sempre vou receber quem fez parte da minha história. Eu não mudaria nada no passado, eu tenho orgulho disso! De tudo que eu já fui...

- Você realmente não mudou nada... - Ela riu.

- Vem, vamos deixar essa mala lá no quarto...

- Não, minha filha, hoje mesmo eu volto.

- De jeito nenhum! Hoje a senhora dorme aqui e eu vou comprar uma passagem de avião pra amanhã.

- Não precisa, Amanda! Já está me ajudando muito!

- Claro que precisa! Bora tomar um café agora. Aposto que a senhora não comeu nada!

- Não mesmo!

- Então vamos! - Tomamos nosso café da manhã e depois de instalar tia Mariana no quarto de hóspedes, fui até a sala ligar pro advogado da empresa.

- Fica tranquila, Amanda. Essa semana mesma ele será solto!

- Sério, Carlos?

- Pode confiar!

- Que bom! Apesar de tudo a mãe dele não merece sofrer assim! Apesar do Kauê não ser flor que se cheire. - Sussurrei. - Todo mundo merece uma segunda chance. Depois me avise quando ele for solto!

- Pode deixar! - Me despedi dele e suspirei.

- Kauê? É o mesmo que eu estou pensando? - Me virei assustada.

- Amor, nem te vi chegar! - Abracei Luan e o beijei.

- Amanda, me explica o que eu ouvi.

- Calma! É o Kauê mesmo que está pensando. Ele foi preso mês passado.

- E você tá pagando advogado pra soltar ele? Depois de tudo que ele nos fez, depois de ter tentando ME matar? É isso mesmo, Amanda? Você vai ajudar aquele idiota?- Suspirei. Ele tinha ficado irritado.